Esse artigo começa logo com um chacoalhão! Sim, você irá morrer um dia!
Nos dias de hoje com dezenas de tarefas a serem feitas, onde quase não paramos para refletir, são lembretes como este que precisamos desesperadamente ouvir!
Esse pensamento de mortalidade é uma ideia que preferimos ignorar, fazer tudo para evitar e fingir que não é verdade. Na maioria das vezes, nosso ego foge desse lembrete da realidade, porque pensar que você é mortal, nos mostra o que realmente é importante e toda aquela narrativa que construímos em nossa mente para justificar algumas de nossas “ações sem sentido” se esvai.
A mortalidade é um simples fato de que a maioria de nós tem medo de meditar, refletir e encarar de frente
A pratica da meditação sobre a morte – Memento Mori
Esse exercício sobre pensar em nossa mortalidade e das pessoas ao nosso redor (sim elas vão morrer também) é chamado de Memento Mori.
Para você ter uma base de como essa prática é importante e milenar, esse pensamento já era ensinado por Sócrates e pelos Budistas através do maranasati, que se traduz como “lembrar a morte”. Alguns Sufistas também tinham a prática de frequentar cemitérios para ponderar sobre a morte e a mortalidade.
Porém para nós que nascemos na era moderna essa ideia pode parecer terrível… Quem quer pensar sobre a morte?
Mas você já parou para pensar o que aconteceria se em vez de ficarmos assustados e sem vontade de abraçar essa verdade, fizemos o oposto? E se refletirmos e meditarmos sobre esse fato fosse uma chave simples para viver a vida ao máximo?
Em suas Meditações, Marco Aurélio um famoso Estoico nos lembra:
“Você poderia deixar a vida agora. Deixe isso determinar o que você faz, diz e pensa.”
O pintor francês Philippe de Champaigne expressou um sentimento semelhante na pintura abaixo chamada “Vanité”, que mostrava os três aspectos essenciais da existência – a tulipa (vida), o crânio (morte) e a ampulheta (tempo).
Um simbolo realmente poderoso não é? Basta alguns minutos refletindo sobre a pintura acima e tomamos consciência de vários pensamentos e atos que não agregam nada em nossa vida, enquanto deixamos passar algumas coisas realmente importantes.
Se você não refletiu sobre essa imagem faça isso agora! Tome seu tempo.
Memento Mori como ferramenta útil
Memento Mori é uma ferramenta dos exercícios Estoicos para criar prioridade e significado, você deve usar ela para re-criar perspectivas e urgência reais.
Mas não é deprimente pensar na morte? Não, meditar sobre a sua mortalidade só vai ser deprimente se você errar o foco dessa meditação. Se você tratar seu tempo como algo infinito e desperdiçá-lo com coisas triviais, não focando na vida que você deseja, como por exemplo lendo na sua timeline a última fofoca de um famoso que nem sabe que você existe. Esse tempo de vida fazendo algo trivial foi em vão, um desperdício de um presente tão valioso.
Pense agora, não precisamos ser um paciente terminal para você descobrir o que é importante.
Lembre-se: Tudo poderia acabar hoje, se não amanhã, algum dia em breve…. Você viveu como deveria?